A expansão é um conceito que, à primeira vista, parece conter em si a ideia de crescimento, de algo que se amplia para além de seus limites iniciais. Ainda assim, essa percepção é apenas a superfície de uma reflexão mais profunda. Ao pensarmos em expansão, é preciso questionar: o que exatamente está se expandindo? O que isso nos diz em termos de transformação? Expandir não é apenas estender, mas, talvez, seja romper, transgredir e redesenhar as fronteiras do que conhecemos e entendemos.
Na fotografia e nas artes, essa dilatação tem se manifestado de maneiras que transcendem o simples registro de uma imagem ou a criação de uma obra. Estamos imersos em processos criativos que desafiam as noções convencionais de representação e técnica, que ultrapassam os contornos tradicionais para engendrar algo que não apenas contemplamos, mas experenciamos e vivemos.
Essa ideia de propagação ou amplitude, portanto, não se restringe ao campo da técnica ou da estética; ela nos leva a questionar as próprias barreiras da consciência e da percepção. Carl Jung sugere que a razão, com todas as suas limitações, nos confina a uma experiência reduzida da vida. A arte, em oposição, opera como via de acesso ao que está além do racional.
Quando olhamos para uma obra que transcende o mero registro do real, somos confrontados com a possibilidade de acessar camadas mais profundas da experiência humana, onde o inconsciente se manifesta e nos desafia a integrar o desconhecido em nossa compreensão do mundo. Estamos falando de ver, mas não somente disso: também de sentir, intuir e, em última instância, permitir que essas imagens heterodoxas e expansivas rompam com as fronteiras do que julgamos possível.
As fotografias com intervenções, por exemplo, ao subverterem a lógica e a previsibilidade, abrem espaço para o inesperado, para o encontro com o mítico e o simbólico, elementos que a razão e a literalidade, sozinhas, não podem apreender.
Nesse sentido, a arte se torna uma forma de sincronicidade, uma revelação que transpassa
o véu do visível e nos conduz a uma experiência mais rica e integradora da vida. Ao explorar esses territórios, a expansão na fotografia e nas artes revela-se como algo maior, que não precisa estar intrinsecamente ligado ao próprio autor, mas que pode viver autonomamente no imaginário coletivo.
É nesse encontro entre o palpável e o intocável que a obra se emancipa, desafiando-nos a questionar e sobrepujar nossas próprias limitações, e, assim como sugere Roland Barthes, tornar-se um espaço onde o espectador é convidado a ser coautor de seus múltiplos significados.
Escrito por Angela Rosana, saiba mais sobre mim aqui.
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Todas as imagens foram cedidas.
Os créditos aos fotógrafos constam nas imagens, com links para os respectivos perfis no Instagram.
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Publicação das fotos no Instagram em agosto de 2024
Querida Ângela,
Quanta honra de ter meu trabalho ilustrando teu artigo “Um Passo Além: A Expansão na Fotografia e nas Artes”.
Que seleção de imagens!
Todas belas e fortes.
Ler teu lindo texto, intercalado por estas belas fotos, permite agradável reflexão sobre o tema da expansão para além da obra em si na Arte e seus alcances no imaginário coletivo.
Adorei!
Paulo Favalli