Shutter Drag: Transcendendo a Velocidade e o Tempo em Camadas Emocionais
- Angela Rosana
- 10 de jul. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 27 de jan. de 2024
Você concorda que a fotografia tem o poder de explorar a expressão emocional e o diálogo visual com o espectador? Uma técnica fotográfica que oferece uma abordagem intrigante a esse respeito é o shutter drag, que é um recurso fotográfico que permite apreender o movimento de maneira única e até mesmo artística.
A origem dessa técnica vem dos estágios iniciais da fotografia e está relacionada ao funcionamento dos obturadores das câmeras. O obturador é um componente que controla a quantidade de luz que entra na câmera durante a exposição e, em câmeras antigas, o obturador era composto por duas cortinas, uma que abria para iniciar a exposição e outra que fechava para encerrá-la.
Ao utilizar uma velocidade de obturador mais lenta, a primeira cortina do obturador se abre e a segunda cortina começa a se fechar após um certo intervalo de tempo. Durante esse intervalo, o objeto em movimento capturado pela câmera deixa um rastro, resultando no efeito de arrasto característico do shutter drag. Esse efeito pode ser comparado a multiplicar imagens ou repetir cenas, adicionando uma camada extra de interesse e complexidade à fotografia.
Embora a técnica tenha sido usada há muito tempo na fotografia, o termo "shutter drag" se popularizou mais recentemente com o aumento do interesse pela fotografia de longa exposição e por técnicas criativas que envolvem o movimento na imagem.
A imagem resultante desse recurso provoca desde a sensação de energia e excitação até uma calma tranquila no meio do movimento, sendo capaz de criar um diálogo emocional profundo com o observador. A partir desse atravessamento emocional, existe um convite ao envolvimento com a imagem, para experimentar as emoções fixadas pelo fotógrafo. A multiplicação das imagens ou a repetição das cenas podem reforçar essa conexão, levando o espectador a uma vivência visual e subjetiva.
Fotos por Oscar Calstrom 🇧🇷
Ao observar as cenas com efeito de arrasto, percebemos analogias sobre a passagem do tempo e a transitoriedade da vida. Ao capturar o movimento em uma fotografia estática, o fotógrafo convida o espectador a refletir sobre a fugacidade dos momentos e a importância de aproveitar cada instante. Essa analogia visual pode despertar uma apreciação mais profunda pelos pequenos detalhes da vida e uma consciência do fluxo constante ao nosso redor.
Curiosamente, o shutter drag também pode nos mostrar um mundo invisível aos nossos olhos. Ao prolongar o tempo de exposição, detalhes ocultos ou sutis podem ser revelados. Elementos que passariam despercebidos em uma cena em movimento podem se tornar evidentes, destacando a complexidade e a riqueza de cada momento registrado pela câmera.
Essa descoberta de detalhes nos leva a refletir sobre a importância de olhar além do óbvio em nossa vida cotidiana, percebendo as nuances e os aspectos mais sutis que nos cercam.
Escrito por Angela Rosana, saiba mais sobre mim aqui.
Os créditos aos fotógrafos constam nas imagens, com links para os respectivos perfis no Instagram. Conheça mais o trabalho de cada um!
Foto em Cor. Ao fundo a rua com transeuntes na calçada. Uma jovem olha para a câmera. Ela está fotografada de corpo inteiro. Veste uma saia preta com duas listras brancas na ponta, bota marrom e meia arrastão. Tem um top preto com uma segunda pele por baixo, uma bolsa a tiracolo, muitas gargantilhas, tem cabelo vermelho, usa óculos, está de batom. A velocidade da câmera foi alterada para borrar a imagem, que perde a definição dos contornos. Fim da AD.
Se você gostou desse artigo, deixe sua avaliação ao final da página!
Leia outros artigos aqui
Visite nosso Instagram
Publicação no Instagram em 11/07/2023
Comments