O nu masculino na arte, especialmente quando contrastado com o prevalente nu feminino, abre uma discussão intrigante sobre tabus, percepções culturais e a natureza da arte em si. Ao invés de nos concentrarmos em um panorama histórico detalhado, podemos discutir diretamente esta questão: Por que o nu masculino permanece, de certa forma, mais tabu?

A representação do Davi de Michelangelo, um marco na arte, é uma dos poucos exemplos em que o nu masculino é celebrado e aceito amplamente. No entanto, essa aceitação parece ser mais a exceção do que a regra. Em muitas culturas, o corpo masculino nu é frequentemente envolto em mistério e, por vezes, em desconforto. Essa hesitação pode ser atribuída a várias razões, algumas das quais são profundamente enraizadas em normas sociais e de gênero.
Uma possível explicação para esse tabu pode ser a maneira como a masculinidade é tradicionalmente percebida. Enquanto a feminilidade é muitas vezes associada à beleza e à fragilidade – qualidades que podem ser realçadas através da arte do nu –, a masculinidade é frequentemente ligada à força e ao controle. A exposição do corpo masculino, em sua nudez e vulnerabilidade, pode parecer um desafio a essas normas estabelecidas.
Além disso, há uma dimensão histórica e cultural a ser considerada. Por séculos, o nu feminino foi mais aceito e até mesmo esperado nas artes, refletindo as dinâmicas de poder e o olhar predominantemente masculino que moldou a história da arte. Em contraste, o nu masculino, quando apresentado, muitas vezes evita a sexualização, preferindo focar em força, poder ou a forma idealizada, como visto em Davi.
Esse contraste nos leva a entender que a arte é, por sua natureza, um espelho das normas culturais e um desafio a elas. A representação do nu masculino pode ser vista como uma oportunidade para questionar e expandir nossa compreensão da masculinidade, da sensibilidade e da expressão humana.
Ao abordar o nu masculino na arte estamos discutindo uma prática artística, é claro, mas estamos também explorando os limites da nossa própria percepção cultural e desafiando as barreiras que ainda cercam a expressão da masculinidade em sua forma mais pura e vulnerável.
Escrito por Angela Rosana, saiba mais sobre mim aqui.
Os créditos aos fotógrafos constam nas imagens, com links para os respectivos perfis no Instagram. Conheça mais o trabalho de cada um!
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Publicação no Instagram dezembro 2023
E mais a vez, acertando em cheio abordando um assunto importante, parabéns à todos os fotógrafos participantes deste artigo