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O Último Ato: A Ausência, A Solidão e A Morte na Fotografia e nas Artes

Atualizado: 1 de set


Mulher envolta em veus foto preto e branco
Foto por Paola Francesca Barone 🇮🇹


O cerne da expressão artística está na sua capacidade de apreender as nuances da vida, transformando o intangível em tangível, o inefável em palpável.

Ao imergir nos temas da ausência, da solidão e da morte, a arte nos propõe contemplar profundamente o que significa existir, confrontar o isolamento e encarar o inevitável fim. Ao longo da história da arte, o exame dessas indagações têm nos permitido mergulhar nas águas profundas dessas temáticas que se entrelaçam e refletem profundas verdades sobre a experiência de viver, estar/sentir-se só e partir.




Mulher de costas nuas com saia vermelha
Foto por Radek Von Hirschberg 🇵🇱


A arte, em suas múltiplas formas, abraça essas questões, refletindo e refratando o intrincado tecido da vida. Por meio da fotografia, da pintura, da escrita, os artistas têm evidenciado verdades que, embora muitas vezes envoltas em silêncio, ressoam profundamente com a nossa condição de seres finitos. A fotografia, em sua essência, é captura e revelação, não somente do que se vê, mas do que se sente, uma busca constante pelo que se esconde nas entrelinhas da realidade. É nessa procura que encontramos imagens que inspiram a "presença da ausência", a tangibilidade da perda.




Mulher idosa de olhos fechados retrato preto e branco
Foto por João Henrique 🇧🇷


Mas o que acontece quando deslocamos nosso olhar, quando deixamos de ver tais conceitos apenas como pontos de chegada e começamos a considerá-los como portais para algo mais? E se a arte, ao invés de simplesmente espelhar a realidade da ausência, da solidão e da morte, nos estivesse sugerindo uma compreensão mais ampla e profunda, um diálogo mais rico com a vida e suas infinitas possibilidades?



Fotomontagem com rosto de homem de olhos fechados em primeiro plano
Foto por Materia Escura Project 🇧🇷



Nos confins dessas interrogações, jaz uma verdade paradoxal: é na contemplação do fim que a vida revela sua intensidade máxima. A arte, ao mergulhar nessas águas aparentemente sombrias, nos oferece uma lente através da qual a finalidade da existência se torna mais nítida. Mas, e se, ao invés de vermos tais dimensões como meros prelúdios para o fim, os enxergássemos como convites para redefinir o viver?




retrato de pessoa fantasiada de catrina primeiro plano
Foto por Adriano Mor 🇧🇷


A verdadeira provocação da arte não é que ela imite a vida, é a audácia que há em questioná-la, em desafiar nossas premissas mais básicas sobre o que significa existir. Em cada retrato da ausência, há uma indagação sobre o que realmente valorizamos; na solidão, uma reflexão sobre a natureza da conexão; na morte, uma exploração do que significa viver plenamente.



mulher nua com maos nos seios
Foto por Yilly Hurtado 🇻🇪


O mais intrigante, quem sdabe, não seja o que se revele sobre o fim, mas o que se desvela sobre os infinitos começos possíveis dentro de cada momento.

Ao enfrentar o que mais tememos e perdemos, somos empurrados não para o desespero, mas para uma apreciação renovada da impermanência como o solo fértil para a criação, para o significado, para a transformação.



Homem de mascara com mao no vidro
Foto por Nato Bigio 🇧🇷


Por meio da expressão artística, sutilmente, somos incitados a uma rebelião contra a complacência, despertando questionamentos, inspirando a reinvenção e promovendo uma vivência mais genuína e vibrante. Percebemos que, no âmago da nossa fragilidade, mora a possibilidade de superar o convencional.

A fotografia e as artes visuais transcendem a simples entrega de respostas, agindo como um prisma que refrata essas indagações em múltiplas perspectivas, nos encorajando a perscrutar além do visível. E nos chama a ver, na efemeridade a redescoberta a celebração do ato de viver.



Luz de janela na parede de quarto
Foto por Marcos Varanda 🇧🇷



Escrito por Angela Rosana,  saiba mais sobre mim aqui.  Conheça meu trabalho autoral aqui


Os créditos aos fotógrafos constam nas imagens, com links para os respectivos perfis no Instagram. Conheça mais o trabalho de cada um!


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Publicação das fotos no Instagram em fevereiro de 2024

2 comentários

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natobigio
17 de fev de 2024
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Belíssimo texto! Profunda e sábia reflexão! De fato, o importante não é se preocupar com o suposto fim que a morte representa, mas, sim, voltar-se para o agora, para a caminhada, ultrapassando obstáculos e, assim, redescobrir novos caminhos, novas realidades, novas visões de vida e de mundo. Parabéns pelo artigo e parabéns também aos demais fotógrafos pela belíssimas e expressivas imagens!!

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Angela Rosana
Angela Rosana
18 de fev de 2024
Respondendo a

Nato, você fez colocações importantes, sua ilustra com maestria o texto, voce tem um talento incrível, obrigada por ter enviado e por participar do Projeto, seja sempre bem vindo!

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Nota:

As imagens que acompanham os artigos são cedidas pelos autores.

O Projeto não se orienta por critérios técnicos exclusivos: em alguns casos, a escolha privilegia aspectos formais e técnicos; em outros, a potência poética, conceitual ou experimental da obra. A responsabilidade pela autoria e pela natureza do processo criativo cabe sempre ao artista.

Ao blog interessa sobretudo a forma como essas imagens instigam reflexão no leitor.

Note:

The images featured in the articles are provided by their authors.

The project is not guided solely by technical criteria: in some cases, the choice highlights formal and technical aspects; in others, the poetic, conceptual, or experimental strength of the work. esponsibility for authorship and the creative process always lies with the artist.

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